"Um futuro melhor requer pessoas capazes de usar não apenas todas as partes do cérebro mas também o coração" ¨Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ○° ¨ Pierre Lévy

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Um milagre do Senhor Jesus...



Nunca houve noite que pudesse impedir
O nascer do sol e a esperança
E não há problema que possa impedir
As mãos de Jesus pra me ajudar
Haverá um milagre dentro de mim
Vem descendo um rio pra me dar a vida
Este rio que emana lá da cruz, do lado de Jesus
Aquilo que parecia impossível
Aquilo que parecia não ter saída
Aquilo que parecia ser minha morte
Mas Jesus mudou minha sorte
Sou um milagre e estou aqui
Usa-me, sou o teu milagre
Usa-me, eu quero te servir
Usa-me, sou a tua imagem
Usa-me, ó filho de Davi
Aquilo que parecia impossível
Aquilo que parecia não ter saída

Aquilo que parecia ser minha morte

Mas Jesus mudou minha sorte

Sou um milagre, e estou aqui


Composição: Carlos A. Moyses

Retratos do Brasil 05

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Educação escolar e o discurso midiático.

O discurso sobre a aprendizagem não é algo recente, pois sempre permeou os diálogos humanos desde que o ser humano necessitou conhecer o mundo como algo indispensável para a sua existência. “O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital” (MORIN, 2002, p. 35). O homem precisou inicialmente conhecer o mundo, assim como este se apresenta, para poder entender os períodos de estiagem, as épocas de chuvas, o que dele poderia aproveitar para a sua alimentação, entre outros conhecimentos igualmente importantes para a sua sobrevivência.

Hoje, a questão do conhecimento e, portanto, da aprendizagem, surge com base em novos discursos: “É o problema universal de todo cidadão do novo milênio: como ter acesso às informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de articulá-las e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global (a relação todo/partes), o Multidimensional, o Complexo? Para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo... (MORIN, 2003, p. 35).

Sob esse aspecto, emerge na atualidade a necessidade de se repensar a aprendizagem, de modo que ela favoreça a construção de novos conhecimentos para a compreensão da complexidade do mundo e, assim, de seus problemas, na busca de saídas viáveis.

Aproximando este contexto para a escola e um dos desafios enfrentados por esta, o poder da mídia frente à educação das crianças e jovens, é inegável a força que os meios audiovisuais exercem sobre estes.

A televisão aparece como um dos principais meios de influência sobre o comportamento e aprendizado, com suas narrativas muitas vezes contraditórias; com valores éticos e morais muitas vezes distorcidos; com suas propagandas mostrando que sem determinado produto a vida deste jovem ou desta criança não seria a mesma. O poder de sedução de seu conteúdo é muito grande. Faz-se necessário, que a escola observe o que está acontecendo nos meios de comunicação e mostrá-lo na sala de aula, discutindo-o com os educandos, ajudando-os a perceber o lado positivo e negativo das abordagens sobre cada assunto.

A televisão, o rádio, o CD-ROM, celular, a internet, são tecnologias, contudo, que trazem informações ou viabilizam-nas, construindo pontes entre a sala de aula e o mundo. Elas trazem uma representação da realidade de uma forma mais dinâmica e atrativa, permitindo ao indivíduo, portanto, ao educando, desenvolver novas habilidades, atitudes e competências. A maneira como ele processará todas as informações recebidas está na mediação do professor, no momento que busca desenvolver-lhe um sentido crítico e um comportamento mais ativo frente às novas formas do saber (Bonilla, 2005).

Quando o professor aproxima-se das tecnologias e as compreendem como pontes entre a sala de aula e o mundo, dentro de uma relação entre o todo e as partes ou o Contexto e o Global, como nos apresenta Morin (2003), ele terá a seu favor grandes instrumentos para mostrar a seu educando um mesmo objeto sobre vários ângulos, vários meios e situações concretas e abstratas, permitindo-lhes exercitar uma atitude apreciativa e de produção de novos conhecimentos mais significativos para a sua vida. Ou “como elemento estruturante carregado de conteúdo e possibilitador de uma nova forma de ser, de pensar e agir” (Pretto, 1996).

A escola mais inteirada dos problemas que afetam as crianças e jovens, atenta as suas situações na comunidade, entenderá que estes meios de comunicação e informação trazem abordagens do quotidiano, conhecimentos do que ocorrem na comunidade e ao mesmo tempo no mundo. Por isso, incorporar as novas linguagens tecnológicas e midiáticas favorecerá a escola criar uma linguagem mais próxima de seus educandos, permitindo-a exercer seu papel fundamental, que é formar cidadãos mais atuantes e atentos aos problemas da civilização.

Neste momento a instituição escolar ganha uma nova conotação, que é educar indivíduos para a comunicação e informação. É prepará-los para problematizar os dados recebidos pela mídia, sintetizá-los, refleti-los, compreendê-los e compartilhar suas conclusões ou novas informações com a coletividade. É na troca destes dados que a sociedade pode ver-se em grandes redes de informação, tendo na internet seu melhor exemplo de agilidade e organização (Castells, 1999).

O professor nesta nova realidade, segundo Tapscott (2010), necessita rever seus antigos métodos e repensar seu papel na sala de aula. Ele já não pode imaginar-se como o dono do saber que será repassado ao educando, mas aquele motivador do conhecimento, como aquele capaz de levar o educando a “aprender a aprender”.

A educação não ocorre apenas na escola, dita formal, mas também na família, na igreja e tantos outros espaços, passando a chamar nestes de educação informal. Fazer a relação entre estes vários espaços é a chave para motivar os educandos, ampliar e enriquecer o trabalho pedagógico, fazer compreender a sua importância através da adoção de uma linguagem mais dinâmica e articulada com as novas expressões e complexidade do mundo. Para Lévy (1999) não há mais fronteiras entre o conhecimento e as pessoas. Elas buscam se unir em comunidades virtuais, conectadas pelos mesmos interesses e, ao mesmo tempo, cooperando e trocando informações, conhecimentos, experiências...

Como utilizar esta chave abrindo a porta para a construção do conhecimento? Entendendo que a educação não se processa de forma isolada, mas numa relação ao mesmo tempo individual e coletiva, ou na troca de informações entre cada indivíduo na sociedade, na busca por novas sínteses, novos conceitos, novas perspectivas, novos saberes.

Referências:

BONILLA, Maria Helena. Escola aprendente: para além da sociedade da informação. Rio de Janeiro: Quartet, 2005.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. 8. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: Unesco, 2003.

PRETTO, Nelson De Luca. Uma escola sem/com futuro: educação e multimídia, Campinas, São Paulo: Ed. Papirus, 1996.

TAPSCOTT, Don. Repensando a Educação: Os estudantes da geração Internet. In. TAPSCOTT, Don. A Hora da Geração Digital: como os jovens que cresceram usando a internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Trad. Marcelo Lino. Rio de Janeiro: Agir Negócios, cap 5, 2010.

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