"Um futuro melhor requer pessoas capazes de usar não apenas todas as partes do cérebro mas também o coração" ¨Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ○° ¨ Pierre Lévy

domingo, 28 de novembro de 2010

Cibercultura - Pierre Lévy

Cibercultura, termo criado por Pierre Levy resume o que é a era ou mundo digital. Ele nos mostra em seu livro a relação deste termo com vários significados da sociedade da comunicação. Os seres humanos já não vivem de forma isolada, mas conectados ou interconectados sob vários meios ou dispositivos digitais. O conhecimento torna-se abrangente, sem detentores, mais dinâmico e aberto à todos. Não há limites na divulgação da informação ou no modo de compartilhá-la.

São inúmeras ilhas de conhecimentos relacionadas entre si. Estas ilhas ao mesmo tempo em que possibilitam o surgimento da inteligência coletiva, distribuída por toda parte, reafirmam suas individualidades. Num processo que vai do meio interpessoal para o meio intrapessoal (Vygotsky, 1998), produzindo novos conceitos, novos significados, novas formas de aprendizagem.

Não há mais fronteiras entre o conhecimento e as pessoas. Elas buscam se aglutinar em comunidades virtuais, unidas pelos mesmos interesses, cooperando e trocando informações, conhecimentos, experiências... Estas comunidades virtuais funcionam como as ilhas já mencionadas no parágrafo anterior.

Neste ínterim entre interconexão, inteligência coletiva e comunidades virtuais, vemos uma civilização marcada pelo conhecimento dinâmico que ao mesmo tempo em que aproxima, termina afastando aqueles que dele não pode participar por não ter acesso as ferramentas necessárias para partilhá-lo.

Fazendo uma analogia com a educação escolar, mudar as práticas pedagógicas, alicerçando-as a partir deste novo contexto social, envolvendo estas mudanças na forma de conceber o conhecimento e a informação, será apenas o que basta para garantir à todos a inclusão no mundo digital?

Como proceder com os portadores de necessidades especiais? Eles podem encontrar nas tecnologias, é certo, novas formas para se comunicarem e para se relacionarem com as pessoas ou com a sociedade... Mas num mundo onde conhecimento e a informação ganham rapidez e dinamismo, como ficam aqueles que não podem acompanhar esta celeridade, que não têm as competências que este novo mundo demanda?

Pensar na inclusão nesta nova era da interconexão, da inteligência coletiva e das comunidades virtuais mostra-se importante se queremos uma sociedade para todos.

Referências:

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.

VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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